Autora: Arantxa Vizcaíno-Verdú – Tradução: Julieti-Sussi Oliveira
A fundamentação teórica sobre a qual se sustenta uma pesquisa é fundamental. Uma tarefa que consiste em recolher e difundir informação coerente, e que em última instância exige um marco sólido, constatável, honesto e atualizado. Nesse sentido, o trabalho de leitura, reflexão, e divulgação do conhecimento no qual está fundamentado o processo de publicação de artigos, deve atender cuidadosamente as fontes das referências, uma vez que delas dependerá o enriquecimento do estudo. Além disso, estas referências tornam-se pontos de debate/ratificação e ou desenvolvimento científico, considerando-se um elemento necessário para a contextualização da pesquisa.
Este post analisa a importância da lista de referências nas publicações científicas, tendo como pilar fundamental o critério acadêmico-deontológico.
Uma dívida com o saber
Como pesquisadores, o primeiro passo na hora de começar uma pesquisa é conhecer as fontes, já que não nos encontramos frente a uma dívida intelectual básica de reciprocidade. Em efeito, todo projeto ou estudo baseia-se em uma pergunta que, por sua vez, sustenta-se em um acontecimento ou fenômeno. Esta inquietude, a pesar de seu caráter inovador pode (e deve) alimentar-se com o critério experto informando o trabalho de autores com antecedência na área. Ou seja, partimos de um ponto de consideração ética, onde o conjunto de pesquisas anteriores propiciam uma base histórica ao objeto de estudo de modo particular e ao desenvolvimento científico de modo geral. É fundamental, portanto, dar crédito as novas propostas, mas também ao conhecimento que as antecede.
Seleção com diligência e precisão
As fontes que selecionem te representaram. Em um processo de revisão, o trabalho será submetido ao critério e competências de pesquisadores relacionados com o enfoque proposto. Em outras palavras, as referências que formam parte do trabalho poderão transformar-se em um motivo de reconhecimento ou pelo contrário de preguiça intelectual. Tanto é assim que no processo de revisão científica, os avaliadores julgarão as referências teóricas, não somente a sua extensão, redação e argumentação senão a qualidade e a firmeza conceitual. Portanto, a falta de conhecimento sobre a matéria da pesquisa não representa um empecilho para a busca e recolhida de trabalhos e autores de referência, senão um incentivo para o aprendizado.
Controle de autocitações e plágio
É importante voltar a destacar o trabalho necessário para evitar o plágio e o autoplágio, uma vez que estes podem ser motivo mais que suficiente para a rejeição de um trabalho. A apropriação de conteúdos não é proporcional a autoridade e afirmação de uma proposta, senão a uma negligencia acadêmica. Por isso, voltando ao conceito ético, o posicionamento acadêmico pode resultar prejudicado por essas práticas, que podem ser facilmente evitáveis diante da extensão teórica que são facilitadas atualmente pelas bases de dados. De esse modo, deve-se sempre evitar um controle do número de fontes relativas a um único autor, assim como de outros trabalhos de autoria própria.
Ciência além das fronteiras
A globalização tecnológica facilitou um mundo de possibilidades teóricas de qualidade nacional e, também internacional. Do mesmo modo que destacamos o plágio e o autoplágio como maior motivo de rejeição, neste caso estamos frente a uma prática comum na redação científica: o uso de referências exclusivamente nacionais. O conhecimento ou não de uma língua franca ou anglo-saxónicanão significa um obstáculo real para o pesquisador. Aprender é uma condição vital, sem dúvida, mas dispor e saber selecionar mecanismos de tradução é uma opção viável como ponto de partida. Em resumem, trata-se de ampliar perspectivas, conhecer e, desde logo, reconhecer o trabalho de autores de prestígio internacional. Porque naturalmente, existe vida cientifica mais além de nossas fronteiras.
A capacidade de mimetizar com o meio
Em último lugar, quando pretende-se adaptar as referências ao estilo específico de alguma revista ou editorial, é importante ter claro que: devemos aproximar-nos ao seu entorno. É fundamental compreender as diretrizes propostas pela equipe editorial, assim como aplicar-lhes de forma correta e íntegra. Simplesmente, a adequação da referência no texto, assim como na lista bibliográfica demostra a preocupação e o interesse do autor por publicar sua pesquisa nesse espaço científico –acadêmico específico. Portanto, leia com atenção as normas de cada publicação e não considere que o conhecimento das normas APA, Harvard, é suficiente. Cada entidade tem suas próprias normas que podem gerar derivações que exigem uma observação detalhada das referências nas suas publicações mais recentes.