Autora: Arantxa Vizcaíno-Verdú / abril 4 2022 / Tradução: Vanessa Matos
https://doi.org/10.3916/escuela-de-autores-175
Terminar um artigo científico e submetê-lo a um periódico pode ser uma longa e gratificante jornada até a publicação. No entanto, a duração dessa jornada pode ser frustrante e tornar a espera por uma resposta dos editores tediosa e, em alguns casos, decepcionante. É por isso que, como pesquisadores, é importante conhecermos os procedimentos editoriais aos quais um artigo científico é submetido.
Os pesquisadores geralmente precisam publicar seus trabalhos com diligência. Essa impaciência, da qual os editores são conhecedores, muitas vezes evita o sistema rigoroso e detalhado realizado desde o recebimento do artigo. Como autores, é fundamental entender que esse procedimento não é trivial, pois supõe, na maioria das vezes, um caráter voluntário (tanto editorial quanto de revisão) essencial para garantir a publicação dos trabalhos. Os autores podem facilitar esse processo seguindo as instruções da revista com precisão, consistência e deferência. Então, quais são as fases pelas quais nosso artigo passa?
Fases editoriais de um artigo em uma revista científica
1. Recepção do manuscrito / artigo. Em primeira instância, a equipe editorial recebe o trabalho por meio de sua plataforma, cuja responsabilidade é inteiramente dos autores. São eles que cumprem rigorosamente o regulamento da revista, enviando os arquivos de acordo com suas diretrizes.
2. Pré-revisão do manuscrito / artigo. Em segundo lugar, a equipe editorial pré-avalia se o manuscrito atende a todos os critérios formais, metodológicos e temáticos, definidos tanto no regulamento quanto nas publicações das revistas. É fundamental verificar com antecedência essa série de questões, pois é muito comum a não-aceitação (rejeição) do material sem revisão por pares por não cumprir os aspectos técnicos da regulamentação. Claro que esta pré-avaliação não implica a leitura completa, integral e aprofundada do manuscrito, uma vez que esta tarefa é da responsabilidade dos revisores (ver quarta fase).
3. Fase de estimativa para revisão/rejeição sem revisão. Caso o manuscrito atenda em termos técnicos, temáticos e metodológicos a todas as questões contempladas pela revista, o trabalho será encaminhado para avaliação externa por pares cegos (conforme regulamento). Caso contrário, poderá ser rejeitado sem avaliação. Também é possível que, caso o descumprimento dos aspectos formais seja mínimo, os autores corrijam as questões indicadas para seu encaminhamento e pré-estimativa. As rejeições nesta fase são especialmente frequentes devido ao clima atual de sobrecarga de revisores, de dedicação voluntária e que se esforçam para garantir critérios de qualidade científica em seus pareceres.
4. Revisão do manuscrito / artigo. Essa fase geralmente é estendida de acordo com a disponibilidade dos revisores designados, bem como supervisão constante do conselho editorial para que sejam realizadas, seguindo o Código de Ética, com os prazos e critérios estabelecidos pela regulamentação. Nesse caso, muitos periódicos costumam publicar seus prazos de avaliação, sendo o autor da correspondência responsável por seu acompanhamento.
5. Recepção de avaliações. Os diferentes conselhos editoriais internacionais desenvolvem esta fase de várias maneiras. No entanto, são sempre os revisores que ditam a decisão editorial, com justificativas transparentes, anônimas e respeitáveis do ponto de vista do conselho editorial. É importante levar em consideração essas avaliações, cujo histórico exige tempo e dedicação de especialistas.
6. Aceitação/rejeição do artigo. Finalmente, recebemos a tão esperada decisão. Neste ponto teremos que rever cuidadosamente as recomendações dos revisores, atendendo sugestões viáveis e coerentes de melhoria. Em caso de aceitação, é importante seguir rigorosamente as alterações solicitadas pelos editores e revisores, tendo em vista o processo editorial de pré-publicação (se são solicitadas pequenas ou grandes alterações, com as respectivas justificativas e reavaliações). Em caso de rejeição, é dever dos autores revisar reflexivamente as considerações dos avaliadores. Apesar das possíveis discrepâncias entre os revisores, é importante revisar as questões assumidas para aprimoramento e consequente encaminhamento para outro periódico.