Tradução – Ivonete da Silva Isidoro (EOI Galícia)

Enfrentar o desafio de publicar um artigo científico requer o conhecimento dos aspectos relativos à sua apresentação formal, dado que ser autor de um texto pede também o domínio das técnicas que facilitam sua leitura e compreensão. Como afirmam Griffies, Perrie & Hull (Elements of Style for Writing Scientific Journal Articles), nem todos os pesquisadores têm formação sobre o estilo de escrita adequado para artigos científicos, apesar da sua relevância acadêmica em todos os âmbitos de estudo. Portanto, conhecer os elementos de estilo na escrita de um artigo acadêmico é essencial, pois, por mais brilhante que seja o pesquisador, não conectar adequadamente com a sua comunidade acadêmica através das suas publicações pode comprometer o seu impacto e visibilidade.

Embora cada revista tenha uma normativa específica –que convém ler atentamente antes de enviar o manuscrito (Normas, normas, normas)–, não existe exatamente um estilo de escrita explícito da revista selecionada. Não obstante, o certo é que há um estilo de escrita esperado, implícito e tácito, quando se envia um artículo científico-acadêmico.

se-vive-ucc81nicamente-de-la-escritura

O estilo de escrita acadêmico é um estilo peculiar que, embora se deva reger por uma máxima de clareza (Escrever para ser lido, 6 dicas imprescindíveis), impõe ter em conta cinco recomendações:

  1. A linguagem é fundamental: como veículo de comunicação, deve ser cuidada meticulosamente; nunca pode ser pobre, em qualidade semântica e sintática, além de estar sempre correta no que a gramática se refere. Recordemos que as revistas não corrigem a linguagem, que é de absoluta responsabilidade dos autores.
  2. A aplicação das normas básicas da escrita científica: a linguagem utilizada deve ser adequada—concisa—clara—objetiva, sem dar lugar a discrepâncias nos tempos verbais, erros gramaticais, orações mal construídas ou parágrafos desconexos.  
  3. Devem-se evitar os erros mais comuns: como as inconsistências linguísticas que dão margem a confusões, a excessiva justaposição, as expressões que marcam cronologicamente os resultados, os adjetivos que qualificam desnecessariamente o que expomos ou os verbos que expressam nossas crenças, sentimentos ou percepções.
  4. Ter sempre presente o potencial leitor: trata-se de se esforçar ao máximo na hora de redigir, não só tendo em conta os aspectos anteriores, mas também assumindo que quem se aproxima do texto quer compreender todo o seu conteúdo. Neste sentido, há dois momentos que marcam a leitura de um artigo: 1) O princípio da leitura: momento em que o leitor precisa de uma ideia inicial do que vai ler, quando são essenciais o resumo e a introdução do trabalho. 2) Final da leitura: momento em que o leitor tenta sintetizar o que acabou de ler, refletindo sobre o seu contributo, por que é significativo e que linhas abre.
  5. Reforço do texto com referências e figuras apropriadas, que ampliem que foi exposto, atraentes, inteligentes, próximas do que foi argumentado, enriquecedoras e esclarecedoras. Se não for assim, cansam o leitor, distraem-no da sua leitura e reduzem a sua motivação, gerando confusão e abandono do esforço compreensivo.

Em conclusão, embora o estilo de escrita não seja algo expresso, estipulado e previamente negociado, supõe realmente um aspecto fundamental, esperado, implícito e tácito, que nenhum autor deve negligenciar, em prol do seu bom nome como acadêmico.

Autora: – Texto original em espanhol

Entradas recientes