Autora: Águeda Delgado Tradução: Vanessa Matos
https://doi.org/10.3916/escuela-de-autores-157
Ao escrever um artigo científico, um dos mecanismos de coesão textual utilizado diz respeito à repetição. Apesar de garantir que a informação seja recuperada ao longo do texto, a repetição (lexical ou semântica) pode obscurecer o manuscrito e chegar, inclusive, a torná-lo ilegível. Da mesma forma, pode acontecer com as informações que são desvendadas no trabalho.
A duplicação de informações pode ser entendida em dois sentidos: por um lado, dentro do próprio artigo, onde, muitas vezes, a informação oferecida ao leitor tende a ser duplicada. Isso pode ocorrer, por exemplo, ao utilizar gráficos e legendas explicativas que repetem exatamente a mesma informação já destacada no texto. O artigo, portanto, torna-se redundante, transgredindo as principais características que devem ser destacadas em um texto científico: clareza, precisão e brevidade.
Por outro lado, pode-se falar em publicação duplicada quando o conteúdo que aparece em um artigo é substancialmente semelhante a outras pesquisas publicadas anteriormente. Nesse caso, além da questão da repetição, o autor também pode parecer negligente ao violar questões de ética editorial. Embora o autor ou um dos autores seja o mesmo nas duas publicações, se houver repetição de informações (hipótese, tamanho da amostra, metodologia, resultados), entende-se que a publicação está duplicada e será rejeitada pela revista em questão. Esta duplicação pode ser: total ou parcial, no mesmo formato ou em formato diferente, em língua vernácula ou outra, pode incluir novos dados ou apenas reproduzir os anteriores … Em suma, este tipo de publicação seria considerado plágio (ou mesmo autoplágio) e, como tal, implica em sérias consequências para o autor.
