Autora: Arantxa Vizcaíno-Verdú  Tradução: Vanessa Matos https://doi.org/10.3916/escuela-de-autores-161 Uma questão relacionada à publicação de artigos científicos que sempre desperta dúvida diz respeito às citações. Quando nosso trabalho é citado, obtemos uma medida de evidente influência enquanto pesquisador. Essa medida busca refletir em qual medida o artigo foi lido e seu potencial de influência intelectual na pesquisa […]

Autora: Arantxa Vizcaíno-Verdú  Tradução: Vanessa Matos

https://doi.org/10.3916/escuela-de-autores-161

Uma questão relacionada à publicação de artigos científicos que sempre desperta dúvida diz respeito às citações. Quando nosso trabalho é citado, obtemos uma medida de evidente influência enquanto pesquisador. Essa medida busca refletir em qual medida o artigo foi lido e seu potencial de influência intelectual na pesquisa de terceiros, seja como apoio ou refutação. Embora os autores frequentemente concentrem seus esforços na seleção de um periódico indexado em bancos de dados de alto impacto para enviar suas pesquisas, a visibilidade pré e pós-publicação do artigo é frequentemente omitida. O impacto do próprio artigo na revista é prioritário e fundamental para o reconhecimento do próprio pesquisador em questões trabalhistas, promocionais, financeiras e intelectuais.

Excelência em pesquisa é um caminho útil para a vida do artigo e do pesquisador. Porém, um excelente trabalho pode ser esquecido pelos leitores, simplesmente, por desconhecimento na citação de fontes, ou ainda pelo material não ter contemplado um estudo acessível, atraente e memorável. Mas, o que devemos ter em mente ao transformar um artigo científico em uma pesquisa altamente citável?

  • A linguagem do artigo deve ser sempre clara e precisa, com descrições do material exposto, de forma a evitar a complexidade dos diferentes processos que compõem a investigação. Uma redação simples, evidências e argumentos lógicos e convincentes devem ser priorizados. Um texto confuso, definições ambíguas ou incoerentes, conclusões não convincentes ou óbvias, convidam os leitores a omitirem o estudo de seus quadros de influência teórica.
  • Descrições ricas em informações. Informações precisas sobre métodos inovadores e resultados reveladores, bem como a proposição de recomendações para futuras linhas de pesquisa de cunho teórico-prático são caminhos importantes para potencializar a citação do material. Levar uma ideia para a comunidade científica é o início de questionamentos de pesquisa e, consequentemente, de citações.
  • Tabelas e figuras claras e atraentes com informações discerníveis (e não redundantes) também recebem atenção positiva dos autores. De fato, esses aspectos visuais costumam ser amplamente apreciados pelo leitor, que busca localizar informações-chave (seja no referencial teórico, seja na metodologia ou nos resultados) para a composição de seu estudo.
  • Outros elementos fundamentais são aqueles que se referem aos ‘metadados’, tais como: título, resumo e palavras-chave. Na verdade, são esses elementos que tornam visíveis e posicionam as obras nas diferentes bases de dados. Embora não seja o espaço informativo de consulta por excelência, é o da localização e do interesse. Um bom título e um resumo claro e revelador implicam que o leitor decida (ou não) ler a pesquisa.

Essas considerações, apesar de óbvias, estão relacionadas ao grande número de artigos que hoje não recebem (ou recebem poucas) citações. Neste aspecto, a divulgação do estudo em congressos e conferências, ou a visibilidade do artigo em espaços e plataformas acadêmicas, são estratégias complementares para potencializar o índice de citação do manuscrito.

Em suma, a carreira científica exige uma leitura clara, capacidade expositiva e comunicativa. Além disso, é preciso também oferecer dados fiáveis, rigorosos e atrativos aos olhos de investigadores de todo o mundo. Um bom título em uma estante é sinônimo de leitura e referência.

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