Autora: Arantxa Vizcaino  Tradução: Vanessa Matos https://doi.org/10.3916/escuela-de-autores-154 [Decisão do editor]: este é o assunto de e-mail que mais assusta os autores da área científica e que, em muitas ocasiões, gera grandes preocupações. O que fazemos se recebemos uma decisão negativa do Conselho Editorial de uma revista? Em primeiro lugar, e antes de enviar nosso artigo, […]

Autora: Arantxa Vizcaino  Tradução: Vanessa Matos

https://doi.org/10.3916/escuela-de-autores-154

[Decisão do editor]: este é o assunto de e-mail que mais assusta os autores da área científica e que, em muitas ocasiões, gera grandes preocupações. O que fazemos se recebemos uma decisão negativa do Conselho Editorial de uma revista?

Em primeiro lugar, e antes de enviar nosso artigo, devemos ter em mente as duas fases que fazem parte de uma decisão negativa: 1) Estimativa sem avaliação; 2) Decisão final após revisão. O fluxo de gestão de artigos definido pelos Comitês Editoriais envolve procedimentos que agilizam a (pré) avaliação dos trabalhos que são, na verdade, formas de gerenciar a elevada taxa de recepção. Por meio desses pré-requisitos, a equipe editorial pretende analisar as propostas dos autores segundo padrões de qualidade e rigor técnico-científico.

Autogestão da rejeição: Rejeitar

O alerta despertado por essa ‘decisão do Editor’ em nossa caixa de entrada torna-se realidade: “Lamentamos informar que…” (lamento informar que…). A sala escurece e continuamos lendo. Que circunstâncias implicam na rejeição sem avaliação? Como faço para gerenciar essa decisão? Devo escrever imediatamente ao Conselho Editorial para reclamar? Devo enviar o trabalho para outra revista como está? Ou deveríamos, talvez, analisar os motivos que podem ter comprometido esta decisão?

Para decidir uma estratégia, é importante avaliar os motivos da rejeição, sempre com base em seriedade e ética. Quando recebemos um relatório de revisão cega por pares, planejamento e aprimoramento do artigo são ações adequadas. Porém, quando um artigo é rejeitado pela equipe editorial sem avaliação exaustiva por sua equipe de revisores especializados, devemos analisar cuidadosamente os possíveis motivos.

Primeira razão: aspectos formais e abordagem

Vários são os motivos que levam à rejeição de um artigo. Vários são os artigos rejeitados por não cumprirem os aspectos formais da publicação. Da estrutura proposta (seja empírica ou teórica), até a extensão mínimo-máxima, o formato dos resumos, o modelo de referência … muitos trabalhos são adiados por não se adaptarem à linguagem da publicação.

É fundamental que um autor não leia apenas o regulamento, mas a revista, seus artigos, sua abordagem. Essas publicações possuem um foco / seção temática (abrangência) que contempla a adaptação do estudo aos interesses editoriais e à área científica. Você se propôs a avaliar um estudo sobre machine learning para otimização de reações químicas em uma revista científica de Museologia? Você pode se aventurar a prever a resolução editorial, mas infelizmente e surpreendentemente, essa prática é comum. Em inúmeras ocasiões, os autores omitem essas informações (essenciais), tropeçando em uma rejeição.

Segundo motivo: abordagem metodológica e resultados

Os editores frequentemente rejeitam um artigo porque a abordagem de análise não é suficientemente rigorosa, explícita e argumentada, ou porque os resultados são pouco significativos ou representativos. Isso implica que o escopo do trabalho não está de acordo com os padrões internacionais e a capacidade no campo de pesquisa da revista. É de extrema importância que você avalie seu artigo sob essa perspectiva.

Verifique quais são os objetivos ou questões da pesquisa e se seu escopo é valioso para o público a que se destina a publicação (seus leitores). Como último exercício, tente identificar e analisar a exposição de um artigo com proposta semelhante. Você considera que sua opção metodológica e suas descobertas são relevantes para sua comunidade científica?

Terceiro motivo: inovação e originalidade

Talvez o artigo atenda a todas as expectativas discutidas anteriormente: ele se encaixa no escopo, satisfaz todos os requisitos formais e a abordagem metodológica e os resultados são potencialmente consideráveis. Agora, pergunte-se: e sua originalidade? Para esses casos, devemos nos referir às publicações mais recentes na área de estudo. O que está sendo publicado na área? E nesta revista? Quais tópicos serão levantados na próxima chamada de artigos? Seria do interesse dos leitores publicar o achado da penicilina amanhã? Se sua combinação com uma nova droga contiver a erradicação da pandemia que nos preocupa, que respostas obteremos? Com efeito, devemos estar atentos à qualidade inovadora e ao impacto do estudo na sociedade. Tenhamos sempre em mente que trabalhamos no campo da ciência, do conhecimento.

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