Tradução: Mirelle S. Freitas

Os índices de aceitação e recusa são expressos em percentuais e refletem a relação entre o número de artigos enviados a uma revista e os efetivamente aceitos. Esses índices são um indicador que devemos levar em conta na hora de selecionar a revista para publicarmos nosso trabalho, especialmente se a nossa contribuição é de alta qualidade e estamos dispostos a competir com os melhores estudos e investigações na área. Por isso, não se deve evitar as revistas com altos índices de recusa, já que elas representam, sem dúvida, as publicações de maior prestígio e excelência.

As publicações de impacto são, logicamente, as que recebem mais trabalhos porque todo pesquisador de prestigio quer divulgar os seus trabalhos nas revistas de maior visibilidade, difusão e impacto na comunidade científica e que, consequentemente, são as mais reconhecidas pelas agências de certificação em todos os países. Cerca de 20% das revistas editadas atualmente recebem aproximadamente 80% dos trabalhos, número que aumenta nas Ciências Sociais, visto que as revistas presentes nas bases de dados mais prestigiosas internacionalmente (JCR ou Scopus) são em menor número, o que resulta em índices de recusa altos, chegando a taxas em torno de 90-95% em alguns casos.

recusaContudo, mesmo que nosso artigo possa ser recusado em tal proporção, há que se considerar que as revistas boas são transparentes e rápidas, podendo os textos, com as adequações propostas incorporadas, continuar sua peregrinação por outras revistas sem que os estudos por eles apresentados se tornem ultrapassados. Além disso, recomenda-se, caso aconteça a temida recusa, não contraditar a revista, pois em muitos casos não se está colocando em questão o valor do artigo, mas, como comentado acima, é uma questão estrutural, de percentuais, só se publica cerca de 5% ou 10% dos trabalhos recebidos. É mais apropriado optar por outra publicação entre as quase 30.000 revistas que existem nestas bases de prestigio.

Portanto, ao observar os índices de aceitação e recusa para eleger uma revista para a qual enviar nosso artigo, devemos valorizar não somente os índices em termos probabilísticos, mas também como um indicador de que o impacto dos trabalhos que aparecem nelas têm uma competência muito maior e são estritamente selecionados, se comparados àquelas revistas com índices de recusa muito baixos, nas quais se pode assumir que quase tudo o que chega é aceito, consequentemente, gerando descrédito para os artigos publicados.

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