Tradução: Lilian-Rocha-Ribeiro
Nos últimos anos assistimos a uma autêntica revolução em todos os campos. O surgimento da Internet transformou radicalmente muitas áreas de nossas vidas, incluindo sistemas de acesso e processamento de informação. Até pouco mais de uma década, os investigadores em ciências sociais tinham um canal privilegiado de informação: o livro, um instrumento que, com mudanças mais ou menos significativas manteve-se como um veículo da ciência por cinco séculos.
Hoje as revistas científicas têm se apropriado de forma monolítica da informação científica relevante, original e computável curricularmente. Embora os livros continuem existindo e esperamos que que perdure por séculos, -seu papel foi reduzido ao testemunhal na divulgação científica e mesmo no informativo. Esta revolução nos canais de comunicação científica que começou nas décadas de setenta e oitenta em Ciências Químicas e de Saúde- e tem se estendido gradualmente para praticamente todas as ciências sociais e até Humanidades, embora haja certas áreas que resistem veementemente a este novo modelo que inevitavelmente chegou para triunfar, especialmente por sua adaptabilidade a novas formas de comunicação que a Internet tem estabelecido como modelo dominante. Globalidade sem fronteiras (quebra de espaços), a instantaneidade da informação (ruptura do tempo) … a criação de uma comunidade mundial que interage constantemente compartilhando arquivos de todos os tipos (visuais, escritos, audiovisuais, multimídia …), bem como bancos de grandes bases de dados (big data), que permitem acesso e processamento de volumes de informação instantaneamente, em qualquer lugar, até então inimagináveis.
O artigo científico se adaptou perfeitamente (e, consequentemente, as revistas, embora a um ritmo mais lento) à era da Internet: sua brevidade e concisão, seus metadados internos e externos (títulos, descritores, resumos, referências), sua padronização e especialmente a sua capacidade para navegar na rede de forma flexível e universal o consagraram como canal privilegiado.Neste blog de Comunicar, a Escola de Autores, que complementa os nossos outros blogs ativos em espanhol, inglês, português e até mesmo chinês, iremos oferecer ao longo das semanas, algumas dicas, sugestões, orientações e etc. para publicar artigos em revistas científicas de uma forma mais simples e bem sucedida.
Projetado e redatado basicamente pelo Conselho de Editores da Comunicar, a Escola de Autores será um veículo a serviço da comunidade de leitores, colaboradores, revisores, autores de nossa revista -e por que não, que é o nosso objetivo, também a serviço de muitas outras publicações científicas, para refletir sobre as idéias básicas de como gerir melhor a informação científica para ter êxito em importantes publicações internacionais de primeiro nível internacional.Nossa experiência como Editores da Comunicar -com mais de 23 anos de edição contínua e progressiva, permitiu-nos ver como muitos investigadores, que elaboram boas publicações, não são capazes de logo transformá-las em bons artigos , isto é, publicados nas melhores revistas, impedindo assim que a boa ciência tenha a divulgação e o prestígio que merecem.
É evidente que, em geral, ninguém nos ensinou a publicar em revistas científicas de alto impacto, por isso às vezes agimos precipitadamente, tateando, inclusive por ignorância, colocando em risco as possibilidades reais de que o nosso trabalho nasça da forma mais digna que merecem. Em suma, não existe, não em termos genéricos, «cultura de publicações científicas de alto impacto» e para isso temos que nos informar e nos formar. Esta Escola de Autores da Comunicar quer humildemente (e desde um instrumento modesto, como é um blog, com posts semanais simples e breves) colaborar nesta premente necessidade que percebemos tanto no panorama espanhol como no ibero-americano. É nosso desejo que este cumpra o seu propósito e seja um recurso a mais para o crescimento e melhoria da comunidade científica ibero-americana.
Os possíveis temas abertos que serão objeto deste blog são inicialmente:
- Um bom título diz tudo
- A tarefa principal: ler
- A escrita científica
- O acesso à informação científica
- A seleção de revistas
- Normas, normas, normas
- Verificação inicial
- Normas APA
- A chave: os revisores
- Anonimo, inédito e relevante: as chaves
- Visibilidade internacional
- Normalização de autores: ORCID
- O protocolo dos revisores
- Endogamia
- Pagar ou não pagar por um artigo
- Plágio, anti-plágio e auto-plágio
- DOI / ISSN
- O código de ética
- O pós-artigo
- Índices fraudulentos
- A importância do resumo e do título
- Qualidade das referencias
- O estado da arte
- Foco das revistas
- Protocolos de envio (check-list)
- Pares amigos
- Revistas predatórios
- A normativa dos revisores
- Índices de aceitação e recusa
- Pontualidade e transparência
- Garantir um documento anônimo
- A importância das línguas
- As bases de dados
- Presença Internacional
- Open Access (OA)
- OJS JCR: Fator de Impacto (IF)
- Scimago, Scopus, SJR
- ResearchGate
- Edu
- Índice H / L / I, H5, i5
- Google Scholar (GSM)
- Metrics ALM
- Pré-impressão / Pós-impressão
- Pesquisa por tópico Scopus / WoS
- Critérios de Qualidade
- indexações
- Os consórcios de revistas
- Call for papers
- Os metadados
- Política social aberta
- Refwork / Endnote
- Formas de visibilidade
- Edições internacionais
- Crossfound / Crosscheck / Crossmark / Crosstech
- O processo de revisão
- A correspondência com os editores
- RECyT / FECYT
- Research ID
- Carta de apresentação
- Enciclopédia: Palavras-chave
- Qualidade editorial
- Co-autoria internacional
- Artigos: projetos competitivos
- Oficina, seminário, conferência
- On-line, semipresencial, presencial