Autor: Ángel Hernando – Tradução: Lilian Ribeiro Ninguém gosta que um artigo seja recusado, mas, mesmo que você não goste, acaba se acostumando, pois essa possibilidade está dentro da normalidade da maioria dos pesquisadores que querem publicar em revistas científicas indexadas. Você nunca se acostuma com esse tipo de notícia ruim, mas deve lembrar acima de […]

Autor: Ãngel Hernando – Tradução: Lilian Ribeiro

Ninguém gosta que um artigo seja recusado, mas, mesmo que você não goste, acaba se acostumando, pois essa possibilidade está dentro da normalidade da maioria dos pesquisadores que querem publicar em revistas científicas indexadas. Você nunca se acostuma com esse tipo de notícia ruim, mas deve lembrar acima de tudo que o que mais se valoriza é o seu trabalho, não a sua pessoa ou o seu valor como pesquisador. Não deve ser tomado como algo pessoal, está dentro do “salário” do pesquisador e não se deve desanimar, mas, acima de tudo, o manuscrito nunca pode ficar na “gaveta” sine die, temos tentar publicá-lo o mais rápido possível, se o tempo passar, o assunto, a revisão realizada, a amostra utilizada, etc., ficam desatualizados.

 Geralmente é raro que um trabalho seja publicado no primeiro envio e vemos “Aceitar” na decisão editorial, é normal que você tenha algumas recusas, então um “Aceitar com alterações” e no final seu trabalho é aceito e a prova é enviada para impressão para publicação posterior. Se a pesquisa for bem feita e o manuscrito for bom no final sempre será publicado e, às vezes, na terceira ou quarta tentativa, em um periódico melhor indexado e com fator de impacto maior do que o primeiro a que o submetemos. Deve-se ter em mente que alguns dos manuscritos que posteriormente tiveram mais citações foram rejeitados em primeira instância pelos revisores e as equipes editoriais dessas revistas (que eu entendo que iriam “arrancar seus cabelos” quando vissem as citações recebidas por aqueles artigos e que bem teria sido útil aumentar o fator de impacto de seus periódicos), deve-se notar também que alguns desses autores cujo trabalho foi rejeitado, posteriormente, ganharam o Prêmio Nobel em suas respectivas áreas.

Temos que distinguir e atuar de forma diferenciada dependendo da causa da recusa e se nos enviam ou não as propostas de modificação dos revisores. Se a dispensa for genérica, como “não interessa ao periódico” “não está no foco do periódico”, “dispensada por motivos metodológicos”, e assim por diante. deve ficar na nossa mesa, para reenviá-lo, apenas o tempo suficiente para decidir a qual periódico enviar e adaptá-lo ao regulamento dos autores desta (é sempre conveniente que seja feito com a nossa ordem de prioridade, em função do que indicamos em outra entrada https://bit.ly/3fGS0Az a lista de periódicos que poderiam publicar o tema de nossa pesquisa). Se a recusa for justificada e, sobretudo, se vier acompanhada das fichas de revisão e da avaliação dos revisores, devemos aproveitar todas as indicações ou propostas que, em nossa opinião, possam enriquecer nosso manuscrito. É a opinião de dois ou três, ou mais em algumas revistas, especialistas no nosso assunto cujas propostas temos de levar em conta positivamente. Nosso conselho é que leia e analise com calma todos os comentários e sugestões dos revisores, embora nem sempre seja necessário aceitar as modificações propostas, certamente algumas delas têm sua parte na razão e podem nos fazer entender a recusa.

A “pressão” que existe atualmente para publicar nossos trabalhos em revistas indexadas, devido a várias causas (promoção de nossa carreira acadêmica, credenciamentos, justificativa de financiamento, demanda de nossa universidade e etc.), tem produzido um grande desequilíbrio entre o número de manuscritos que são enviados para revistas e aquelas que elas publicam. Esse motivo explica as altas taxas de recusa de alguns periódicos, o que significa que muitos trabalhos de qualidade são rejeitados em primeira instância e o que eles precisam é encontrar uma nova “casa†para poderem ser publicados (algumas bases de dados como SCOPUS aumentam bastante, em uma base anual, o número de periódicos indexados, mas outros como o JCR entram em poucos periódicos novos anualmente, em alguns anos cerca de cem). Se a necessidade de publicação aumenta, cada vez mais manuscritos são enviados para avaliação, mas o número de revistas de impacto nas bases de dados indexadas não aumenta, obviamente, as taxas de rejeição aumentarão com a consequente diminuição das taxas de aceitação. Esse fato faz com que as equipes editoriais sejam obrigadas a tomar a decisão de que muitos trabalhos bem feitos, que em situações de menor “pressão†pela chegada de manuscritos seriam publicados, na situação atual, sejam rejeitados, pois só podem ser publicados os melhores entre os bons, pois sua capacidade de publicação por ano é limitada.

Um último conselho, só responda e peça explicações para uma recusa se ficar claro que se trata de um erro ou se algum dos revisores, no caso de nos enviarem as fichas de avaliação, não seguiu a norma ética de respeito e uso apropriado da linguagem nas avaliações que você fez em nosso manuscrito. O que já foi rejeitado quase certamente continuará a ser rejeitado por mais que protestemos, em nossa opinião é preferível otimizar o tempo e ao invés de discutir com as equipes editoriais, preparar o envio para uma nova revista (sempre após cuidadosa seleção e adequação às normas para autores desta). Paralelamente a este conselho, cabe comentar que se o manuscrito for admitido com solicitação de alterações, se estes não supõem que o que enviamos foi alterado demais, custa menos tempo para fazer as alterações do que começar a discutir se devemos fazer ou não (isso, desde que estejamos dispostos a mudar algo para ser publicado, caso contrário , provavelmente já será rejeitado tendo em vista que a aprovação é condicional).

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